terça-feira, 20 de abril de 2010

Canção da Liberdade

Hoje veio em minha mente lembranças de um passado que não quero recordar.
Porque, não? Porque dói! Sinto dores de novo; parecem que em meus lábios há uma mordaça, em meus pés correntes, minhas mãos algemas.
Ai, as imagens estão vindo como torrentes fortes e sinto o cheiro de sangue de novo.
O que é isto? Perguntas-me! Eu respondo: é o cárcere!
Fui presa por tempos: andar, não sabia o que era isto, arrastava-me com correntes e peso nos pés sentia dores. Minhas mãos algemadas não conseguiam pegar nada, minha boca velada com a mordaça, não lembrava mais o som de minha voz dado o tempo sem falar.
O que eu tinha? Meus sentimentos e pensamentos, os quais podiam ficar livres; correr, sorrir, cantar, falar; fazer o que meu corpo não podia.
Fui presa, quase sempre ficava sozinha, em quarto escuro: tinha um buraco na parede, na parte superior havia um buraco que entrava o ar e a luz do sol, outros buracos na parte inferior onde colocavam minha comida, melhor ração, daí tiravam a mordaça para que eu pudesse me alimentar.
Dias quentes angustiantes; noites frias frustrantes; chorava a não poder mais.
Socorro! Minha alma gemia por não poder gritar. Socorro! Meu coração pedia. Mas a quem suplicar?! Passei dias, meses, anos, eternidades assim.
Mas, um dia desses comuns, acordei como sempre no mesmo estado, prevendo como seria tudo.
De repente algo aconteceu: a porta da cela estava aberta, os guardas não estavam lá fora; pude ver a luz do dia, a luz, claramente tal como é; de pronto a luz ofuscou os meus olhos, mas logo pude ver.
Minhas mãos sem algemas, meus pés sem correntes.
Levantei-me trêmula, arrastei-me até a porta, consegui ficar em pé, então percebi que em minha boca não havia mais mordaça. Em pé, coloquei-me a andar, cambaleante mais andante.
Então percebi que a cada passo que dava a cela, o cárcere ficavam para trás, e comecei a chorar não de dor, mas alegria, estava liberta! LIVRE! LIVRE!
Não conseguia falar! Só os meus pensamentos diziam: LIVRE!
Sentei-me na rua e chorei. Não podia falar, ainda estava presa; não podia andar direito, ainda estava presa.
Neste momento ouvi alguns passos e ergui meus olhos, ao que vi um HOMEM sorrindo.
Ele sorrindo estendeu-me a mão e chamou-me pelo nome. Meu nome? Ele disse: LIBERDADE! O meu nome é: LIBERDADE! Ergueu-me, passou a caminhar comigo, meus passos fortalecidos, comecei a correr, minhas mãos livres sentiam tudo o que tocava, tocava tudo o que os meus olhos viam.
Então, ficamos a correr por campos floridos, lugares de descanso e conforto, bebi a água do rio límpido, sentia a suavidade das flores, o sabor dos frutos.
Mas, faltava-me algo – falar. Então, Ele disse-me que eu podia falar sem medo, que Ele sempre ouvia meus pensamentos, mas queria ouvir a minha voz, e pediu:
“Você pode falar o meu nome?” - ao que com muita dificuldade respondi: LIBERTADOR! As palavras saíram como um achado de um arqueólogo; de início gaguejei, sussurrei, mas depois, vieram-me forças na voz e então gritei: LIBERTADOR! Você é o meu LIBERTADOR!
Então, naquele instante lhe fiz uma canção: “A Canção da Liberdade” E desde aquele momento: corro a falar sobre Aquele que é meu LIBERTADOR.

Depois de um tempo de leitura e estudo dobre a Epístola aos Gálatas. Tempo de descoberta que a liberdade está mais próxima do que qualquer coisa. É bom o tempo de viver em liberdade de forma que outros sejam alcançados por isto também. Escrito em Março de 2009.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

moni, voce e este poema foram importantes me minha vida, agradeço a Deus por ter feito Eted no Rio e te-la como discipuladora e confidente, acho qe posso te chamar AMIGA. Bjks
sheila lira